“Ei, Comen, conta uma história
pra gente?”
“Claro, criança, que tal a história
do grande Oropaldir, o Abençoado?”
“Nãããão. Essa é sem graça.”
“Então talvez vocês prefiram que
eu lhes conte como o Leão de Brunível resgatou sua princesa das mãos do tirano
Astalar”
“Blééé...”
“Hum... então talvez vocês tenha
interesse na história do infame Valarion Miniaron”
“ISSO!”
“Mas eu já contei essa história
umas 374 vezes...”
“Aaaah. Conta de novo”
“Certo, certo...”
Essa história começa muito, muito
tempo atrás. E, pra vocês que são novos por aqui, eu vou ter que explicar um
pouco sobre os Miniaron. Os Miniaron eram um grupo diferente de elfos. Criados
entre neve e gelo, eram um povo frio com traços diferentes e costumes
estranhos. Durante muito tempo, a cidade deles Icerock, era apenas mais uma
vassala do reino élfico, mas o pai do Valarion tinha outros planos. Apesar de a
Mini-rebelião ser um história fascinante, eu vou deixar ela para outro dia. O que vocês precisam saber é o seguinte. Deu
tudo errado. Os Miniaron foram derrotados e tiveram que enviar seu primogênito
para morar entre a realeza élfica, como refém.
O pequeno Valarion foi muito bem
cuidado, não se enganem. Foi treinado no uso da espada e do arco, como todo bom
elfo, e até ingressou na Real Academia Militar como era próprio ao filho de um
grande senhor. Contudo, como vocês bem sabem, ele nunca foi um jovem ordeiro. Foi
assoitado umas quantas vezes por chegar bêbado nos treinos matutinos e umas
tantas outras por nem chegar. Quando ele foi pego... se divertindo... com a
filha do capitão (e na própria cama dele) a Realeza teve um dilema nas mãos. A
pena para aquilo era a morte, mas eles não podiam perder um refém tão precioso
e arriscar uma nova rebelião.
Assim, eles o enviaram para um
novo “esquadrão” experimental que tinha sido criado recentemente: a Tropa de Contenção
Urbana. O grupo foi formado para servir como guarda dentro da cidade e seus
integrantes recebiam um treinamento não-ortodoxo voltado para combate em becos
estreitos e casas noturnas, onde até os soldados mais experientes encontravam
problemas.
Valarion, inexplicavelmente, se
destacou como um dos melhores do grupo, subindo rapidamente no escalão militar.
Alguns diziam que ele deve agradecer ao seu nascimento elevado, mas a verdade é
que ele era muito esperto para os palermas que estavam sendo mandados para o
TCU. Em pouco tempo ele já conhecia os maiores baderneiros da cidade e tinha
virado amigo deles. Ao invés de cuidar dos problemas, ele se tornou o maior
deles e deixou o resto dos rufiões em cheque.
Obviamente que isso não foi bem
visto pelos superiores ou pela realeza. Um capitão que passa a noite bebendo e
a manhã chamando o Raul, não é exatamente boa propaganda. Além disso, algumas más
línguas não gostavam de ver um possível senhor de Icerock como um membro de
elite do TCU. Não demorou muito e nosso jovem Valarion passou a ser vítima de
estranhos “atentados” das gangues da cidade. Na verdade, a profissão dele se
mostrou um ótimo meio para se livrar de um problema e conseguir a simpatia do
velho Renduvel Miniaron. Vocês são muitos novos para entenderem as maquinações
da corte, então não vou entrar em detalhes.
Acontece que nosso jovem Valarion
não era bobo e acabou sendo o mais beneficiado disso. Ele já era amigos dos
capangas que foram contratados para matá-lo e os usou para forjar a sua morte. Afinal,
um homem morto não tem lei e pode fazer o que bem entender. Não foi difícil
simular uma luta sobre a ponte central da cidade e forjar um corpo para
aparecer boiando nas margens do rio. Depois disso ele só precisou viajar para
longe (bem longe) e aproveitar uma vida livre de grilhões.
Vocês todos sabem que ele foi
parar em Abstein e lá ele encontrou outros grandes aventureiros como a bela Evey,
a estranha Silman e Morgan, o Selvagem. Essa parte da história fica pra amanhã,
porque agora eu estou com sede e vocês tem que voltar ao ganha-pão de vocês...
2 comentários:
Sensacional!
Show de Bolismo!
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