quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Solo, Versus and Free-for-All! (BG Hael)

Hael era um verdadeiro "playboy", como diriam. Filho de um general de Bantur, chefe da guarda.
Sua mãe, professora de flauta da academia de Bantur, elegante e educada.

Sua infância foi à base de mimos, aulas, e festas, as quais não se sentia muito confortável devido ao seu físico "avantajado", por assim dizer...

Com 10 anos, seu pai insistiu em colocá-lo na academia militar de Bantur, para "perder os músculos abdominais". Não gostou da idéia, mas adotou o estilo do pai. Aulas de esgrima, tática, ética em batalha, filosofia... Como esperado pelo pai, atingiu o topo de sua classe em pouco tempo, sendo elogiado pelos professores, colegas, e todos à sua volta.

Durante uma das suas aulas de esgrima, foi atingido na cabeça por seu adversário, caindo inconsciente e sendo levado para a enfermaria. Lá, em meio aos tratamentos, um clérigo foi convocado para prestar atendimento, já que o garoto não acordava, independente das infusões, ervas, mandingas e trubiscos aplicados nos seus ferimentos. Chegando em frente ao garoto, o clérigo rezou, pediu e tentou, mas sua mágica não surtiu efeito algum no garoto. Então, deixaram-no "descansar", já que não conseguiram fazê-lo acordar, e seu ferimento parecia ter estancado.

Após a pancada inesperada, tudo tinha ficado preto, e Hael tinha acordado nu em uma sala com archotes acesos em volta, mas sem portas, janelas, ou algo discernível além das pedras no chão, paredes e teto. Em meio ao seu desespero, uma voz masculina forte e imponente diz: "Para sair dessa sala, você deve batalhar consigo mesmo, seus medos e angústias, e sair vitorioso. Sua força é apenas sua para usar, mas para fazê-lo, não pode ser por você. Hael, desesperado, começou a procurar saídas, alavancas, portas secretas, como aquelas dos contos os quais ouvia dos bardos que visitavam sua casa. Sem conseguir encontrar nada, desistiu.

Olhou, e estava em uma arena. Estava com calças, botas, e braceletes de couro. Do outro lado da arena, um homem com sua estatura, armadura de cota de malha, elmo, carregando uma espada longa e um escudo, corria em sua direção. Ouvindo gritos da platéia, mas olhando para a mesma, não via as pessoas, só sombras semi-transparentes. "Estou morto, e essa é minha punição por algo que não lembro de ter feito. Pois que seja, o enfrentarei, o vencerei, pois sou o melhor de todas minhas aulas! Da minha academia!!!" e correu em direção ao homem de armadura, desarmado, semi-nu, e sem estratégia alguma para mantê-lo vivo, acreditando estar morto. Aos primeiros golpes, Hael conseguiu desviar da espada e do escudo do homem, mas após o que pareceram horas de combate, sem conseguir encontrar uma brecha para atacar, e só conseguindo esquivar-se dos golpes, Hael começou a duvidar de si mesmo, e por fim, sentiu o aço da espada gelar-lhe o ventre, quando a estocada do desconhecido atravessou-lhe a barriga. Ao sentir o aço esquentando em seu ventre, e a lâmina sendo puxada para outra estocada, a voz de antes, forte e imponente toma um corpo, e diz "...você deve batalhar consigo mesmo, seus medos e angústias, e sair vitorioso. Sua força é apenas sua para usar, mas para fazê-lo, não pode ser por você. Derrote seus medos, e acorde."

O cenário muda, campo de batalha, centenas, milhares de corpos mortos, armadura pesada de batalha branca, espada larga embainhada nas costas, e um oponente do outro lado do campo. Sem pensar, Hael empunha a espada, toma posição, e grita sem saber o motivo, pois veio à cabeça: "Pela forçaaa!!!". E corre como nunca correu antes, sentindo os músculos das pernas estirarem sob o peso da armadura, os músculos dos braços quase se rompendo quando sua espada se choca contra o escudo do adversário em armadura negra reluzente... Após a batalha, os corpos mortos se levantam, empunham suas armas e uma batalha sem precedentes começa para Hael. O que pareciam segundos poderiam ser horas, dias, meses ou anos, mas ele não se importa. O que o marcava eram as palavras ditas em sua mente e, por isso, lutava.

Na enfermaria seu pai e sua mãe, junto dos melhores curandeiros, mandingueiros e médicos que o dinheiro poderia comprar, estavam abismados com coisas que não deveriam acontecer. Enquanto Hael resmungava e se debatia amarrado na cama, cicatrizes apareciam em seu peito, braços, pernas e rosto, como se tivesse lutado por anos a fio, mais anos do que sua idade, com uma gota de sangue saindo de cada cicatriz nova que aparecia. Clérigos e magos presentes não conseguiam sequer explicar o que acontecia ao garoto. A única coisa dita que veio a fazer algum sentido na hora foi uma velha curandeira, hoje falecida, que falou: "Isso é um teste dos Deuses, devemos ter fé, e rezar para que ele passe...". Mas como bons céticos, os magos ignoraram a idosa. Os clérigos estavam frenéticos em seus encantamentos, preces e rezas para que o garoto acordasse, mas sem efeito nenhum.

Após a desistência de todos, seus pais deixaram a enfermaria da academia, e voltavam todos os dias, só para encontrar mais cicatrizes no filho, enquanto as enfermeiras molhavam panos e limpavam o sangue que começou a cair após o sétimo dia de "sono", uma gota de cada cicatriz. Após um mês, o garoto sentou na cama, gritou, colocou as mãos na barriga, como se tivesse
levado um golpe no estômago, e caiu em um sono mais profundo ainda.

Hael olhava para os lados e o número de inimigos que tinha derrotado tinha passado seus sonhos mais violentos. Ele
perdeu a conta na casa dos quarenta, cinquenta... mas pelo que via, o número de corpos despedaçados passava da casa das centenas,
enquanto a sombra da voz poderosa observava de cima. Quando o último foi derrubado, a sombra desceu na frente de Hael, que a atacou em vão, desistindo após ver que seus golpes ricocheteavam em alguma força. Ele então ouviu a sombra dizer: "Parabéns. Seus medos foram derrotados, um a um, cada um com seu custo em sangue pago. Agora, descanse. Após seu descanso, você começará sua nova vida. Meu nome é Kord. Não esqueça das provações passadas aqui, pois todas foram para algo maior.". E então, a sombra tomou forma como um homem grande, em armadura, com uma espada larga na cintura. Acenou para Hael, o qual devolveu o aceno com uma reverência, sem conseguir pronunciar palavra alguma, e o homem sumiu.

Seis anos depois, tratamentos, magias, ervas e trubiscos ainda não surtiam efeito, mas o sangue não caía mais de suas cicatrizes.
Hael tinha mudado. Ele tinha perdido seus "músculos abdominais" (segundo o pai), seu tom de pele tinha se abrandado, ficado mais claro, mais pálido. Cabelos cresceram, barba cresceu, mas foi aparada. As enfermeiras cuidavam dia e noite do garoto, que agora era um homem em sono eterno. Um dia, uma enfermeira encontrou Hael sentado na cama, olhando envolta, como se estivesse curioso, e o garoto pergunta: "Aonde estou?". A enfermeira correu como nunca correu em sua vida gritando "Hael acordou! O garoto adormecido acordou!!!". A balbúrdia que se seguiu foi algo digno de debandadas de guerra após uma derrota. Todas as enfermeiras, magos e clérigos foram ver, e seus pais, que estavam chegando, se perguntaram, aflitos, o que poderia ter acontecido para que todos corressem. Uma enfermeira a qual foi bruscamente interrompida em sua corrida disse "O garoto acordou!" e o pai e a mãe de Hael, incrédulos, correram com todos para o quarto onde Hael estava hospedado.

Após muitos exames, muitas opiniões, e muito choro por parte dos pais de Hael, o garoto foi liberado e o pai disse: "Descanse meu filho, você precisa. Semana que vem você retorna para a academia, para a alegria de seus colegas."

"Não pretendo voltar para a academia, Pai. Tive um sonho e vou seguir o que foi-me dito por Kord e correr em direção ao meu destino." Hael estava mudado, física e mentalmente. O pai que antes daria uma bronca filosófica e militar sobre o destino do filho, viu em seus olhos que não havia mentira no que ele disse e que, se fosse verdade e Kord realmente o tivesse "salvo", ele estaria bem aonde quer que estivesse.

Após chegar em casa, a festa de retorno milagroso, e a Partida para o Destino, Hael se encontrou com um amigo de seu Pai em um templo de Kord, pedindo ajuda divina para encontrar seu filho que havia sumido há mais de dez dias. O homem era Manden Doritz, amigo de seu velho pai, e Hael se ofereceu para encontrar o garoto. Manden ficou felicíssimo e prometeu uma enorme gratificação ao templo se seu filho fosse encontrado.

Antes dessa busca, Hael participou de escoltas de banqueiros, batalhas para recuperar vilas contra goblins, kobolds, orcs... Ganhando renome foi recrutado para escoltas de nobres, duques, condes, e mercadores inimaginavelmente ricos de outras regiões e acabou ganhando o sobrenome "Battlecrown, a Coroa da Batalha", devido à forma digna, imponente e perseverança que demonstrava toda vez que empunhava sua espada e sempre que o nome de Kord estava envolvido, seja a pedido do templo ou particulares.

Hoje, 19 anos, homem formado, cabeça forte e resoluta, Hael se encontra em uma caverna com Arthur Doritz, filho de Manden, amigo do pai. Mas ele não está só, ele tem colegas de batalha que são uma família no escuro de uma caverna...
Mas essa fica para a próxima...

7 comentários:

Pati disse...

Playboy!
Rá.
Gostei ^^

PluckTheDuck disse...

MUITO BOM!

@iGs__ disse...

boa =]

@iGs__ disse...

que tal alterarmos o nome dessa campanha?! Wintertouched - Enviados dos Deuses.. xD

Miro disse...

Eu ainda achei que faltou alguma coisa nesse BG mas não sei o que é, então fica assim mesmo. UAHuAuhA

@iGs__ disse...

eu acho que vc podia ter dado um pouco mais de ênfase no que ele fez antes de ter que buscar o Doritz, e, talvez, demonstrar a intolerância que ele adquiriu com maldade e crueldade depois da provação (ou que ele jé tinha, n sei), ou seja, alguma "paladinisse" xD
mas ficou "show-de-bola" ahUAHuah

Mohawk disse...

bonito.